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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Apostando as fichas. E um óculos novo.



Daí que eu sonhei, de ontem pra hoje, no meu primeiro sonho do ano, com uma imagem super forte e simbólica: sonhei que meu óculos de grau, esse que eu uso todos os dias e que é verdinho, verdinho, de aros grossos e plástico estava ENFERRUJANDO. Enferrujando bem na frente, bem em cima da lente, fazendo crostas visiveis e horrorosas de ferrugem. De dentro do verde, saía a ferrugem. Uma imagem bem simbólica sobre o envelhecimento do olhar, sobre o desgaste do jeito de ver as coisas, sobre o cansaço da vista.
Ouvi hoje muitas histórias do tempo da juventude de muita farra ("daí a gente bebeu demais, fez as malas e disse que ia pra casa, resultado, dormimos na beira da estrada, no mato do acostamento, com a cabeça na mala") de meu pai e de meus tios. Ok, era um tempo com menos violência e com outro ritmo, mas percebi que definitivamente eu preciso me divertir mais. Emocionalmente falando, parece que eu envelheci uns dez anos no tempo de dois. Nunca fui tão a minha mãe. Preocupada com horários, com pessoas, com agradar todo mundo, com tomar conta de todos, com ser compreensiva com todas as porradas, com não fazer coisas fora da ordem mundial, com não perder prazos, com as consequências físicas para mim e as consequências emocionais para os outros, em não aborrecer pessoas, em não iniciar brigas... De certa forma, entre a paz de todos e o meu desejo, eu sempre escolhi a paz de todos. Não sei se eu quero continuar nessa escolha.
Só sei que, eu acho que preciso pensar menos nessas coisas tipo horários, prazos, responsabilidades, consequências, emocional dos outros, porque assim, em uns quatro anos, eu não vou mais poder abstrai-las, então, acho que hoje em dia eu mereço sair, tomar uma cerveja, conhecer pessoas novas, dar risada, aceitar convites inusitados, ter conversas despretensiosas, não ter como voltar pra casa, viajar, ser menos casquinha com o meu dinheiro, ter menos medo de arriscar e tal.
Quero, daqui a uns anos, poder sentar os meus filhos para contar histórias também. Quero, daqui a uns anos, que o meu pai também diga que eu dei (um pouquinho de) trabalho. Não quero ser só sempre a madura, a sensata, a mãe de todos, a cuidadora. Acho bala que me liguem quando precisam de conselho, colo, carinho - mas vamos começar a ligar pra enlouquecer também.
Ou seja, a vibe é a multiplicade: quero um emprego fixo e legal, estando até aberta a áreas que antes eu nunca me julgaria disposta e quero ao mesmo tempo poder aproveitar mais as coisas - não só as pequenas e fofas que eu já aproveito, mas também as que podem mover e recriar a minha moral, a minha ideologia, o meu olhar sobre o mundo.
2010, quero tudo ter: estrela, flor, estilo. Quero chorar junto com os dramas das pessoas que eu amo e quero rir muito lembrando de todos os micos que eu pagar, também. Ano de apostar fichas, se Deus quiser.

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