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sábado, 3 de abril de 2010

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Definitivamente, se minha vida fosse um filme, eu gostaria que fosse uma comédia romântica bem clichê de Hollywood (prazer, Bridget Jones): eu, mocinha sem jeito, com um senso de humor sempre impertinente, acima do peso, desajeitada e sem vislumbarar exatamente uma chance de futuro coerente e discernido em alguma espécie de profissão, e sendo bastante ingênua com relação as intenções das pessoas ( e homens) ao meu redor encontro o homem lindo, inteligente, divertido, cheio de sucesso que se apaixona por mim, me acha encantadora e aí nos casamos, vamos morar numa casa linda,cheia de flores, isso melhora a minha auto-imagem e eu consigo um emprego fantástico e teremos filhos com sardas e marias-chiquinhas. FAIL total - não sou loira, não fumo, não faço diário, não tomo porres homéricos por aí e devo ser das poucas pessoas que preferem Colin Firth a Hugh Grant...
Na vida real, é claro, minha vida tem uma tendência absurda a gostar de filmes europeus obscuros, com cenas melancolicamente bonitas se vistas de longe, mas sem nenhum nexo ou sentido se vistas de perto. Quinta-feira, por exemplo, eu fui pro Circo. Com uma sapatilha bem dorothy, sentada numa arquibancada dentro de uma lona colorida, com barulho de chuva,comendo maçã do amor do lado de uma amiga empolgada que se encantava com as mágicas e paquerava o moço que vendia refrigerante no circo. Digno de um filme libanês! Ontem de noite, aqui na casa da minha avó (uma casa dessas típicas de senhorinhas do interior), estava chovendo muito, enquanto eu e meu primo, ouvíamos Chico Buarque e tomávamos cerveja.
Meu tio já me chamou pra sair umas dez vezes e insiste para que a gente saia para beber um licor. De certa maneira, eu tenho certeza que muito em breve vou me agarrar com um livro no sofá! A juventude que não sabe ser aproveitada por questões mínimas e irrelevantes não é mesmo um tema comum a estes filmes de tom acinzentado? Ah, a beleza de uma canção emoldurando a decadência de não ser um ícone do mundo moderno...
Ainda não fiz nada tão desajeitado mas estou longe de sequer ter saído de casa nessa chuva, então, também não cheguei nem perto de achar o homem-de-sucesso que me levará para essa vida fantástica (anham cláudia, senta lá). Por enquanto, vou continuar ouvindo a chuva aqui na varanda, enquanto minha família está comendo a sobremesa na sala de jantar escura (as luzes acabaram de queimar por lá.)
De qualquer forma, com sorte pelo menos, os filmes indies que fazem a gente dormir pela metade costumam ter trilhas sonoras bem mais interessantes do que os top10 de Hollywood. E falando a verdade, pessoas com tendência ao Bridgetismo tem poucas chances de chamarem a atenção de Hugh Grant, mas o mais triste é que elas tem ainda menos chances de se deparar com Colin Firth num sueter de rena enquanto elas vestem pijamas.

Um comentário:

  1. Sabe o que é mais triste? Que eu nem acho que mereço papel principal. Acho que sou coadjuvante no filme da vida de uma outra pessoa, bem mais interessante (só não sei quem é, acho que minha pontinha ainda está por vir).

    A propósito: também sou Team Colin. Forever. Sr. Darcy é tudo!

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