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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Por outro lado...

Por outro lado, meu dia hoje ia ser horroroso e cheio de coisas pra fazer. Contudo, como o sono era muito porque eu fiquei namorando e cheguei tarde em casa, dei um zig na exibição e análise de Amelie Poulan as sete e trinta da manhã e fiquei dormindo até as nove. Descobri que engordei essas quatrocentas gramas e lenhei com o resto do meu humor para sempre. Mas a professora mandou uma mensagem falando que ela está doente e não vai ter estágio hoje (o que me dá uma tarde inteirinha livre). E agora eu só tenho que tomar vergonha na cara e arrumar minha mala pra viajar amanhã, ir no salão, ir fazer ginástica com as meninas, ter uma aula de biologia com Dan. E ainda assim, eu sinto que vou enrolar essa aula de biologia e acabar escolhendo outro tema para o meu trabalho de psicologia analítica - depois vou me culpar pela displicência de não ter feito sobre o tema que eu queria por pura preguiça. De qualquer forma, amanhã vou passar cinco horas no avião, em companhia de dois livros sensacionais ("Conversas com Woody Allen" e "Consolação") e depois, estarei em São Paulo com Xu. Não faço idéia do que faremos por lá, mas a gente vai fazer coisas legais, com certeza. E também, vamos assistir filmes pro trabalho de ética.
Enquanto amanhã não chega, sigo abrindo o word e o email e fazendo uma planilha muito interessante para o amigo secreto 'mimimi' de natal das minhas amigas. Vida interessante e útil é para fracos.

Metabolismo?

Tem três semanas que eu não como biscoito de chocolate (ou qualquer outro), salgadinho, pão de sal, macarrão, lasanha, (nada de massas, na verdade bem verdadeira), queijo, presunto, fritura, doces (ok, comi dois bis e um batom branco nessas tres semanas), sorvete, comida de boteco, lanchinhos na doces sonhos, mc donalds, coca-cola, bis, fast food, salgados de lanchonete, cerveja, amanditas, batata frita...
Ou seja, tem três semanas que eu como salada de folhas e verduras variadas, arroz integral, frango grelhado, salmão grelhado, sopa de verdura, pão integral, salada de frutas, blanket de peru, requeijão light, vitamina de banana de molico e nescau light (!), sucos de frutas, chás, torradas integrais e barrinhas de cereal.
Há três semanas eu estou fazendo exercicio físico, de segunda a sexta, sagradamente, normalmente por uma hora e meia. Para quê? Para que hoje, justo hoje, bem hoje, hoje mesmo - a balança me diga que eu ENGORDEI 400 gramas. (ok, eu já emagreci um tanto, e estou engordando em cima do que eu emagreci, MAS MESMO ASSIM!)

Conclusão? Dieta, exercicio, metabolismo, hormônios, enzimas, calorias, "o tempo do meu corpo"... vão tomar no cu! Amanhã tô indo pra são paulo e vou comer sanduiche de mortadela e pastel de feira até morrer. Grata desde já.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Dúvida.

Amar é o quê,
se não for também,
saber a hora de dizer 'não'?

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Gente intratável.

Minha definição de gente intratável (sobretudo, de homem intratável, por isso, vai o texto no masculino, mas manjem que serve pra qualquer pessoa de qualquer sexo e portadora de zero grau de educação e bom senso):

O intratável fala alto (oi? num ambiente público?) com a sua parceira e com os funcionários que estão atendendo eles. Xinga alto. Reclama grosseiramente com os funcionários. Olha pra outras mulheres (peitos, bundas, coxas, o que aparecer (!!!!!!!!!!!)) na frente da parceira dele. É indelicado. Faz comentários desnecessários com vocabulário de baixo-calão. É insensível. Confunde o que é coletivo com o que é pessoal (gente que vem na pista da esquerda e quer cruzar quatro pistas em cima do retorno da direita, pra poder fazer o retorno e buzina loucamente na hora H porque acha que todos que estão no trânsito naquele momento tem obrigação de deixá-lo passar até o retorno enquanto ele fica parado prendendo uma pista toda para conseguir o que ele quer, ao invés de ter ido cruzado aos poucos a pista, por exemplo. Ou gente que vai pra a fila da livraria -e juro, eu estava no caixa e atrás de mim não existia fila, a pessoa era a primeira da fila!- e pega uma cadeira da lanchonete e senta na fila, porque né, ela tá cansada. Ao ser avisada pela pessoa da lanchonete da livraria que ela não poderia fazer isso, surtou geral e disse que tava cansada e que fazia o que queria e que precisava ficar na fila. Esse DEFINITIVAMENTE é meu conceito de gente intrátavel. Esse DEFINITIVAMENTE é o defeito que mais me irrita nas pessoas.) Não se coloca no lugar dos outros. Se acha superior. É egoísta. Acha que todo o resto da humanidade nasceu para suprir seus desejos. Não respeita a etiqueta (nem sei se sabe que ela existe) mínima do bom-senso em relações sociais ou espaços públicos.

O retrato da miséria humana, em resumo.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Thats the way, i liiiiiike it.




Malditas cebolas.

Quando alguém faz uma coisa comigo e eu não gosto, me é costumeiro pensar em como seria que a pessoa deveria fazer para que eu gostasse. Muitas vezes, eu assumo, ainda que a pessoa fizesse do jeito que eu penso que é o jeito certo, em algumas situações, ficar zangada me seria inescapável - pro que é ruim, não tem jeito que conserte. (mas ok, alguns amenizam!)
Terminar por carta certamente não é algo que eu julgo decente, mas também não diria que alguém já conseguiu terminar comigo, por exemplo, de alguma forma decente (algumas pessoas se deram o trabalho de serem cruelmente indecentes, até). Me coloco sempre a questão: um fim que só chega pra um, tem como ser decente pro que não o recebeu e ainda assim receberá? Não sei responder.
Quando cheguei no MAM pra ver a exposição de Sophie, eu já sabia que eu ia achando o sujeito que escreveu a carta um bandidão - sentimento natural de união da espécie feminina? sentimento natural por ser compartilhado por pessoas que já viveram a situação 'pé-na-bunda'? quem sabe? - mas eu tive pensamentos que eu não esperava, além deste, já esperado.
Eu gosto de pensar nas coisas como dramas adolescentes, como se expressar grandes sentimentos (bons e ruins) fosse privilégio da pouca idade e do descobrimento emocional. Ver gente bem-resolvida, trabalhando com coisas elegantes, sóbrias, falando com rancor sobre amor, percebendo a vulnerabilidade que elas atribuiam ao amor foi uma experiência diferente. Eu achava que 'quando eu crescesse' más-resoluções amorosas não seriam a coisa mais importante da minha vida. Como o amor pode ser tema de minha monografia, uma distinta senhora famosa pela sua arte estava se debruçando sobre sua vida pessoal para fazer arte (arte? alguns se perguntam) e aquelas mulheres fazendo questão de me lembrar em fotos gigantes, em filmes curtos e em textos elaborados: ele sempre está presente. Para umas mais, para outras menos, para umas com mais tristeza, para outras com mais raiva.
A carta é bem-escrita. Mas o amor não quer saber ler. Ele quer saber-se acompanhado. Ele quer saber-se bastante pro outro. Ele quer saber-se forte, alimentado, compartilhado.
A primeira mulher que vi no vídeo xingava o rapaz de filho da puta e eu sabia que era algo que eu também facilmente faria. A segunda ia se espantando com as sobrancelhas ao ler as coisas que ele dizia - e eu ia concordando com ela, as exigências de Sophie eram óbvias - ela não pedia nada que não fosse comum ao amor.
O melhor do livrinho com as impressões sobre a exposição: a adolescente, que disse que o rapaz se achava, a mãe de sophie tratando o assunto quase com um sorriso doce de pena da ingenuidade da filha famosa, a professora de educação infantil que sugeria que 1. descobrisse-se quem era o herói da história. 2. reescrevam o final da história. (e Sophie não tava reescrevendo mesmo não, ela tava fazendo o que ele disse: cuidando de si.)
E o melhor da exposição toda: uma senhora, numa cozinha mega colorida, num espanhol (que sempre já soa dramatico) lendo a carta, como uma mãe protetora, pontuando as obviedades de Sophie e execrando o cara na sua tentativa de surrealizar enquanto fatia algo ; ela começa a chorar. Olha pra a câmera e diz: malditas cebolas. Não é isso que fazemos o tempo todo? Nos afastamos do que realmente nos faz chorar, pra focar nos motivos que aceitamos ter para chorar.
Vai ver o amor é isso. O intervalo das nossas banalidades. O fôlego que tomamos entre um mergulho e outro. Não temos tempo para o amor. Mas temos que ter tempo para as cebolas. Malditas cebolas.

domingo, 11 de outubro de 2009

Eu quero..!






Eu quero todos os bonecos de "Up- Altas aventuras" e de "Tá chovendo Hamburguer".




Como faz?

sábado, 10 de outubro de 2009

Nada cool.

Não entendo esmalte com glitter. Não entendo rebeldia casual-chique (uso drogas e moro na casa da minha avó, por aí). Não entendo gente que defende causas. Não entendo que a máxima epopéia terrestre seja o bate-volta open-bar para festas bacanas de camisa em lugares classudos da bahia (hello, sauípe). Não entendo também gente que acha que a prova que vai rolar na semana é a coisa mais urgente e fundamental do sistema solar desde o big bang. Não entendo falta de senso de humor. Não entendo gente que tem temas-tabus (tudo o mais pode virar piada, EXCETO tal coisa). Não entendo gente que fica louco com o senso de humor dos outros. Não entendo gente que faz amigos na academia (muito menos entendo gente que curte fazer academia). Não entendo mulher de vinte, vinte cinco, trinta anos, que curte Pucca, Hello Kittie, Barbie - e usa caderninho, roupinha, cortininha, bonequinha dessas coisas (aqui o azedume é meu, assumo). Não entendo porque vieram com essa onda de que o esmalte do verão é azul claro ou de que o salto do verão é de acrilico (fale sério).

Não sei se eu que ando muito chata, mas continuo acreditando na leveza das coisas. Não sei se eu ando mais ranzinza do que o de costume, mais exigente do que o usual, mais careta do que o já intrinseco a mim. Mas tô de saco cheio dessa vibe modernidade que as pessoas acham que exalam quando consomem coisas trendys. Dessa gente que acha que ser legal é isso, ser adulto é aquilo, estar na vibe é numseiquelá e se divertir já vem com sinônimo automático. ZzZzzZzz.

O mau humor tá comendo no centro - deve ser porque eu resolvi que preciso frequentar uma academia. (!) Pois é.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Meu passado me condena.

É com pesar e vergonha que eu assumo que meu passado me condena. Vendo um álbum antigo, descubro que eu já tive cabelo tão joãozinho (com uns três anos) que meu irmão (que hoje tem quatro anos) me pergunta, olhando a foto: "ju, os meninos riam de você quando te viam?". Sucesso.
Já estive numa FESTA DE ANIVERSÁRIO da minha mãe (quando eu tinha uns oito anos) vestindo uma camisa de propaganda (azul e vermelha) e um shortinho de lycra listrado (em laranja e verde) e me deixei fotografar transitando livremenente pelo evento, com toda minha classe. (anham, claudia)
Em outro momento, há uma foto espetacular, onde eu estou toda trabalhada em tons de roxo (já com uns treze anos), numa saia de ponta, uma blusa de glitters lilás (sem sutiã, sendo que, com treze anos eu já tinha um peito assim, respeitável), um cabelo 'não-entendi-a-proposta' e uma sobrancelha maravilhosa (nem penteada está.)
Por fim, eu, com quatorze anos, em alguma festa de finalização de curso de algum MBA de meu pai, usando um vestido rosa-choque com uma bolsa dourada.

Sério, alguém me diga, onde estava minha mãe neste período que não estava prestando atenção na minha criação? Tomando conta da minha imagem? Construindo uma mínima noção de auto-estima e beleza para a minha singela criança?

Fica a dúvida, aí.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Desejo e implicação.


[Influências gritantes neste texto (porque, obviamente, antes, já eram influências gritantes para a construção do meu próprio pensamento teórico - a ser linkado com o meu pensamento de vivências): Sigmundo Freud [obra completa, pai da psicanálise, etc, bla], Jacques Lacan e Contardo Calligaris [que vira e mexe volta pra essa temática, tendo feito isso numa coluna recente da Folha de São Paulo, chamada "Casamentos possíveis" (google it, preguiça, vale a pena) e em muitos outros textos da sua obra]. Isto posto, tendo agradecido e dado referencias bibliograficas e ovacionados as fontes e os mestres posso prosseguir e escrever em paz, enfim, aleluia. ps. o que eu não gosto de textos que apelam pra a teoria é que eu nunca posso me responsabilizar de que, num texto no meu blog, eu não vou meter minha opinião ou minha leitura no meio da teoria, ao invés de apenas repassa-la com a sabedoria universal dos grandes teóricos que me antecederam. ZzzZZzZzzz. foda-se, o blog é meu e eu escrevo o que eu quiser.]








Para falar em discurso psicanalítico, a gente tem que assumir o discurso do desejo, da pulsão. Junguianamente falando, o que estamos discutindo é a energia que nos move. Psicanaliticamente, falaremos de desejo, pulsão, libido, erotização (não banalizem, vamos além do óbvio, por gentileza - é a energia do movimento, do desejo e não o sexo e pronto, ficaadica) como coisas que nos fazem caminhar, fluir, prosseguir. Um corpo inerte - embora vivo - é o de um sujeito sem desejo. Desejar é mover-se. Embora, contudo, sejamos (quase) todos seres inseridos na falta, através de um processo de castração que nos introduz em um outro mundo de sujeito faltante e portanto, também, numa outra possibilidade de relação com nossos desejos. Nos falta e desejamos e ainda assim, sempre continuaremos faltantes. Complicado, né? Mas onde esse bolo doido de conceitos e conteúdos pragmáticos vai dar? É que, na vida, não basta desejar - desejar, desejaremos muito, porque achamos que culturalmente é mais saudável se desejarmos (exemplos clássicos: nem todo mundo que casa queria casar, nem todo mundo que tem filhos queria de fato ter filhos, nem todo mundo que se diz heterosexual é de fato heterosexual mesmo e etc), porque inconsciente somos movidos a ou por qualquer outra razão.



O caso é - embora nem todos os desejos se realizem - até que ponto estamos de fato IMPLICADOS com nosso desejo? Posso ser gordinha e desejar ser magra - mas pra me implicar com esse desejo, é preciso que eu malhe ou faça dieta ou tratamentos estéticos ou tudo isso junto - apenas o meu discurso desejante de ser magra não me emagrecerá, é preciso assumir um compromisso com o meu desejo. Posso ser sedentária e desejar me tornar alpinista - mas só estarei implicada com o meu desejo quando for fazer treinamentos,comprar equipamentos, dormir em montanhas geladas, abdicar da minha rotina e de fato, subir pelas paredes (ou melhor, montanhas.). Posso ser casada e desejar ser solteira e devoradora de homens - mas só estarei me implicando com meu desejo quando pedir o divórcio, sair pra caçar, fizer sexo com todos os homens pelos quais eu me sentir atraída, conseguir lidar com as cobranças da minha família e da sociedade e com as consequências da minha postura. Ou seja, entre o desejo e a implicação várias vezes o que existe é abismo. Medo de correr riscos, medo do que vão pensar, medo de como vão reagir, medo de fracassar, medo de perceber que não era bem isso que se queria, medo de assumir as consequências, medo de ser corajoso. Medo, medo, medo. E mais medo ainda. Mas, se a gordinha quer ser magra, porque não é? Se o cara quer ser alpinista, porque não é? Se a mãe de família quer ser sexy lady, porque não é? É só por medo mesmo?



Esse é o ponto principal onde eu queria chegar: será que essas pessoas queriam mesmo? Uma coisa é um desejo plantado, outra coisa é um desejo verdadeiro. Um monte de gente sobe o Everest - ou seja, hoje em dia já é algo até mais difundido, mas, mais gente ainda trabalha sentadinho na frente do PC e vai até o cinema para ver as grandes aventuras - porque assim é mais fácil, é mais cômodo, porque assim sabemos como pagar as contas no final do mês, porque desejamos segurança, porque queremos ter dinheiro quando nos aposentarmos, porque queremos estar vivos, enfim, motivos mil e variados - mas, ainda assim, muita gente vai pra análise pra chorar esses desejos não realizados, e, veja só, para culpar algum outro pela não realização do seu desejo!



"Eu queria ser bailarina, mas aí, porque meu marido foi convidado pra trabalhar em Manaus, eu tive que abdicar disso" - já disse Calligaris mil vezes - será que essa mulher, viveria com calos, ensaiaria horas seguidas, viajaria pelo mundo sem constituir uma família sólida, faria do seu corpo seu instrumento de trabalho, encararia o desafio de fazer testes para grandes companhias, ou esse é o só o jeito dela se consolar - e de não se sentir responsável pela escolha que foi ela que fez para a vida dela? "Ah, minha vida seria melhor se eu fosse bailarina, mas agora que eu já casei, já envelheci e já não dá mais, terei que continuar vivendo essa vida meia boca e não a vida sonhada...". O marido é o estepe que faz ela não encarar os fantasmas - que faz ela não se encarar pra enxergar de perto todas as marcas da vida no rosto e na alma - porque escolhemos o que escolhemos?



A minha favorita é "estar com alguém toma a minha liberdade, não posso ficar com mais ninguém, não posso dar a louca e fazer o que eu quiser, parece uma prisão, minha vida não vai ter mais novidade, mais aventura, mais loucura - vai ser sempre essa monotonia segura de um homem já escolhido". Anham, Cláudia, senta lá, viu. Será que, se você fosse solteira e não tivesse esse homem aí, o da monotonia-segurança-prisão, você estaria no carnaval cantando 'eu quero mais é beijar na boca' e beijando todo mundo? Você aguentaria viver de pulo-em-pulo por amores efemeros, homens que não se sabe se vão ligar no dia seguinte, assumindo os ricos e doideiras que toda paixão avassaladora e entorpecente exige como condição de existência? Talvez a sua resposta seja sim. E aí você se implique no seu desejo e vá 'ser de todo mundo e todo mundo vai ser seu também'. Talvez você perceba que isso tudo é só uma amarra pra te impedir de viver o real - com seus medos e possibilidades. Talvez você perceba que existem desejos que são só fantasia e outros desejos que são os que você arcará em realidade.



Vale lembrar que, só vai pro divã, quem se implica em si mesmo. "Não sou magra porque não faço nada para isso". "Não sou alpinista porque prefiro a segurança da minha imobiliária". "Não sou uma devoradora de homens porque escolhi ser uma mulher casada". "Não sou uma bailarina porque fiz outros planos, que privilegiaram o matrimônio". "Não sou solteira e baladeira, porque no fundo, não é bem isso que eu quero - é só o medo de depois achar que eu não posso mais querer nenhuma outra coisa, porque vi/vivi relacionamentos que eram prisão e cerceamento". Só a partir destas constatações de implicação é que se pode prosseguir no caminho de entender o porque de algumas motivações para determinadas decisões. Só pessoas que se entendem como agentes de suas vidas se analisam. Só pessoas que se permitem ser autoras da sua própria história são existencialistas quanto a razão de suas escolhas e não fazem do outro muleta emocional ou 'lugar de repouso' para suas frustrações pessoais. Só pessoas que sabem o que escolheram, saber escolher e sabem que sempre podem fazer novas escolhas.