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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cláudia, a consciente.

Querida Cláudia,

Fica quietinha aí. Esse negócio de consciência é para fracos. Esse negócio de pedir conselhos é para inseguros. Esse negócio de estranhar, de não saber, de ficar perdido? É tudo coisa de quem tem tempo para ter mente ociosa. Ah Cláudinha, eu sei que eu não sou mulher de segredos, sei que silêncios não me vestem sem alguma estranheza, sei que as pessoas me supõem melhor do que eu posso julgar... Eu sei. Mas agora não é hora de eu me preocupar com isso. Agora é hora de levar o semestre chato, de tentar fazer algumas coisas fazerem sentido, de dar tchau pra quem é de tchau ('porque a esperança também cansa de se perdurar', eu diria, parodiando o velho vina saravá) e de ir somando todo dia. Então Cláudia, você fique aí pensando em jogos de vôlei, em que sapato combina com que camisa, em que brinquedo é melhor para o irmão levar pra a escola, se vai ter ingresso ou não pro show do Beirut... eu sei que você é diva e plenamente capaz. Resista: não pense nas besteiras que são as seriedades. Não pense nas seriedades que te fazem pensar besteira. Cláudinha, senta lá, e faz tricô, lê revista, pinta as unhas. Senta lá e canta uma música, manda mensagem pros amigos, faz as contas de como fazer o dinheiro durar até o fim do mês. Lê a entrevista, bebe um suco, dá risada com as colegas da faculdade. Se te perguntarem, balança a cabeça, sacode o cabelo e fala: tá tudo pleno. Se a cabeça esquentar agora, vamos ter que mandar beijos sabor interrogação pra todo mundo - e todo mundo nem sabe de nada. E ninguém tem nem nada com isso. Sou só eu e você Cláudia. Só você e eu. Pega o crossfox e vamos sair pra dançar e nos divertir. Senta lá, no banco do carona dessa vez, Cláudia. Quem dirige agora aqui, sou eu. Que assim seja.

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