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sábado, 6 de novembro de 2010

faz sentido?

minha mãe sempre diz que cabeça vazia a gente preenche pensando demais, o que no meu caso é totalmente verdadeiro.
sabe, eu gostaria muito de poder deitar e dormir mas a minha cabeça não deixa nem com esse dramyn que rebate aqui.
eu só queria que as coisas fossem tão claras quanto uma fase de donkey kong e elas não são. tem aquela frase clichê que diz que vida é o que acontece enquanto fazemos planos e olha acho que é bem por aí.
a rotina da vida é uma só: nascer - crescer - envelhecer - morrer. pra isso não tem fuga, disso nao tem jeito de se esquivar (e justamente por isso a gente tena se esquivar.) essa certeza tão clara na minha mente (e cada vez mais clara) não me deixa viver, eu acho. admiro sinceramente gente que faz planos porque por aqui as engrenagens são: certo,pegar canudo de psicologia, começar uma faculdade nova, o que fazer domingo de tarde, ter uma conversa ou não, tentar trocar de carro, ir pra buenos aires ano que vem - e aí a mente estagna: sim, e daí? daqui a cinquenta anos eu vou tá de bengala, possivelmente doente, talvez viúva esperando a morte chegar. para alguns a morte dá sentido a vida: preciso aproveitar antes que o tempo acabe. pra mim a morte tira o sentido da vida:a conversa, a faculdade, buenos aires, tanto faz, daqui a pouco eu vou morrer e tudo que eu tiver feito até esse instante vai ter sido só pra fingir que eu não estava esperando morrer. acho que é por isso que eu acabo me apegando tanto as pessoas - depois que se morre, elas se lembram pelo menos? o que eu considero bem errado até, pensando bem, porque me torna uma pessoa que eu não quero ser: centralizadora, controladora, rancorosa, maçante, estúpida, carente e ruim de se ter por perto. não vou levar o canudo de faculdade nenhuma pro caixão, mas nem tampouco as pessoas. daqui a pouco vou casar e ter filhos para ter uma justificativa de que vale a pena ficar vivo porque tenho alguem que eu amo demais e que precisa de mim, que talvez no fundo, seja só uma transferência do afeto que sinto por meus pais para me acostumar com a idéia de que eles vão partir. (tenho pavor dessa idéia). acho que ficamos o tempo todo arranjando motivos para estarmos vivos, não importa que sejam motivos apaixonantes ou obrigatórios, é só essa busca de sentido como se tivesse algum lugar para se alcançar que não seja a morte. nem se pode dizer que se vai lembrar dos bons momentos,porque bem,a idade as vezes traz doenças que fazem esquecer - talvez eu vá pra buenos aires e seja ótimo, mas ninguém garante que eu vou me lembrar. talvez eu envelheça e me arrependa de não ter ido para buenos aires. quem sabe? não saber me deixa louca. as vezes o mundo é de uma crueza sem dó que apresenta provas que algumas pessoas tem a sorte de nao ter apresentadas e essas pessoas sonham mais(talvez elas sejam só mais aptas ou tenham mais facilidade em negar o inevitável): eu amo meu irmão mais do que tudo, mas quem me garante que daqui a trinta anos não vamos estar nos matando e nos odiando pela herança dos meus pais? isso acontece. fico fodida que isso aconteça. enfim, não quero julgar ninguém porque se cuspir pra cima cai na cara mas eu só acho que estamos dando importância ao que não tem importância e sei que eu não consigo fazer mais nada enquanto eu não responder essa pergunta: o que faço da vida enquanto a morte não chega? te abraço e digo que sinto falta de quando éramos amigos? vou pra a faculdade achando que é a coisa mais importante do mundo? tento transmitir algum valor pro meu irmão? me convenço a acreditar que a terapia pode me mudar? me declaroe peço um abraço? é como se tudo tanto fizesse, tanto fizesse, tanto fizesse. não importa se eu vou estar em Buenos Aires ano que vem só porque eu sei que algum dia eu vou estar velha, doente e desesperada? é preciso antecipar o desespero? não tem frontal que responda esse tipo de pergunta. nem rivotril.

2 comentários:

  1. leio seu blog há um tempo - nem sei como o achei nessa loucura de nternet. acabei adicionando ao reader e sigo lá, acompanhando seus textos ;)
    acho meio chato isso de "vai lá dar uma olhada no meu blog tb?!", mas, bem... o objetivo não é apenas uma troca de comentários. às vezes, me identifico com o que vc fala. trocar de faculdade (ou passar em vestibulares diverso) é/foi minha atividade principal nessa vida - o bom é o desafio, não é mesmo?! fazer planos e questionar o sentido do que parece tão obviamente inútil tb faz parte da rotina.
    vc não perguntou, mas acho que não tem sentido mesmo, não. o lance é ir procurando umas distrações (tipo mudar de faculdade) pra aguentar o tranco e esperar o tempo passar ;) sem rivotril ou frontal, apenas com algumas cervejas.

    de toda forma, não se sinta obrigada, mas, se quiser: http://minhasconversas.tumblr.com/post/1031115345/ao-leonardo-com-carinho

    um abraço e seguirei acompanhando! =)

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  2. Ju, eu não sou a melhor pessoa para comentar a respeito desse texto, mas vamos lá: faça o que eu digo, não o que eu faço.

    Viva cada dia, sem pensar em quando estiver velhinha. Eu vivi muitos anos na pira de "o que vou fazer da vida, por que estou aqui" e, sério, não me ajudou em nada. Claro, a gente tem que ter sonhos, objetivos maiores, e você tem! Ir a Buenos Aires, casar, ter filhos. Nas entrelinhas desses textos que a gente escreve desabafando estão os nossos desejos.

    Tudo é cada vez mais rápido em todo o lugar, e parece que o mundo cobra coisas da gente, e cria expectativas a nosso respeito, mas respeite o seu tempo. As pessoas que te amam vão entender as suas escolhas e apoiar os seus sonhos. Faça uma coisa boa por você, e pelo mundo, por dia, e quando estiver velhinha vai olhar pra trás e lembrar de muita coisa boa.

    E da viagem a Buenos Aires, é claro :)

    Beijos!

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