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terça-feira, 9 de novembro de 2010

its ok;




Fui na psiquiatra hoje depois de quatro dias de dor de cabeça. Nunca tenho dor de cabeça - o que eu descobri que é uma benção, porque 80% dos remédios pra ela tem Dipirona e eu tenho uma alergia ótima que me deixa com cara de conjuntivite-sexy.

De qualquer forma, lá estava eu pra discutir a pior notícia do ano, que, ao mesmo tempo é a melhor notícia que eu poderia ter dentro da pior notícia: a depressão.
A depressão é uma coisa assustadora, incute vários rótulos de fraqueza, culpabilidade, fragilidade e etcs... exceto quando, como a minha, é descoberto que é uma depressão de origem biológica e fatores genéticos: o cerébro não produz as substâncias certas em quantidades certas por um erro do sistema e aí qualquer pessoa, qualquer uma mesmo, do seu amigo mais fodão e individualista, o Stallone e até o Eike Batista se tivessem o seu cerébro, deprimiriam exatamente da mesma forma que você deprime. Se as biscates babacas que namoram homens cachorros dizem que " a gente não pode mandar no nosso coração, não é?" e a sociedade parece compreender e aceitar a postura delas, acho válido todo mundo entender e aceitar a minha: eu namoro um cérebro cachorro e preguiçoso que não produz as substâncias certas e minimamente necessárias - de verdade, não é culpa minha. Não é fraqueza minha. Você tem noção do alívio que é isso na vida? É aliviante demais.

Daí hoje, discutindo prescrição de remédio pra lá e pra cá, eu digo que não quero aumentar a dose, que eu que preciso rever minhas posturas na terapia e essas coisas quando a psiquiatra diz que é muito bonito eu tentar me responsabilizar e tudo o mais porque é bem raro isso, que normalmente as pessoas chegam lá querendo que ela resolva tudo - mas só que no meu caso, nesse momento, ela sabe que ela tem mais a resolver por mim - farmacologica-biologicamente - do que eu nas minhas próprias posturas.

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