Pesquisar este blog

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

marquei um xis

é fato que ainda estou me acostumando com o fato de fazer terapia na linha cognitiva mas algumas coisas são bem claras: 1) como as constatções são sólidas e óbvias, me sinto uma estúpida enquanto me debato em negar o que M. diz usando as palavras que eu mesma disse a ela quinze minutos antes. alguém aí já deu munição pro oponente? é bem isso. 2) tem dever de casa. e sabe, a cada passo que ela te explica do dever de casa, você se sente ainda mais estúpido por ter 22 anos e fazer dever de casa da terapia, mas olha, embora todos os livros-dever-de-casa que eu tenho que ler tenham nomes babacas ("Falar ou não falar? O guia da assertividade." "As 10 bobagens mais comuns que as pessoas inteligentes cometem" [!!!!!!!!!!!!?]) são tiro e queda pra definir como eu me sinto.

esse último livro vinha com um teste (alô você que assinou capricho a vida toda e adora marcar um x mesmo que não seja no seu coração) para você ir graduando 50 as frases - divididas em dez blocos - de acordo com o quanto você se identificava com elas, numa escala de 0 a 4. claro que há frases absolutamente maravilhosas e com as quais é impossível não se identificar como "minha reação é exagerada diante dos menores problemas" ; "as pessoas tem um dom para me cutucar justamente nas áreas em que sou mais sensível a críticas" ou "tenho uma tendência a procrastinação. adio até mesmo coisas importantes"

enfim, muitos números depois, fiz a contagem que o teste sugere (se você marcou 2, 3 ou 4 em alguma frase de algum bloco, se identifique com este bloco e leia o capítulo referente a essa distorção cognitiva) e me senti abraçada e incluída numa disposição de SETE - isso mesmo, SETE - blocos de distorções diferentes. saí do bloco do eu sozinho em grande estilo.

* pausa mínima pra explicar o que é uma distorção cognitiva: a coisa é como é mas nós sempre a vemos com os nossos olhos. acontece que, se você tem astigmatismo e não usa óculos, as coisas ficam desfocadas. se você é míope e se recusa a usar os óculos, pode confundir o que está vendo e etc. é como aqueles brinquedos de encaixe das crianças, só que aqui é como se fosse mais flexível: se você socar com vontade algo em formato triangular, pode ser que passe pelo buraco em forma de quadrado e você acredite piamente e diga "eu não disse?" uma pessoa com sua distorção cognitiva é como um senhor confuso tentando abrir a porta de casa com a chave do carro. disfuncional, não? *


nessa disputa tão animada para chegar primeiro e demarcar seu lugar no meu pódio de "como eu vejo o mundo", o querido "deve-ser-assim" chegou primeiro, arrasando com tudo. ele é o responsável por eu ter padrões, estereótipos e crenças tão fortes e enraizadas sobre tudo e todos e sobre quem eu quero e quem eu não quero em minha vida. em segundo lugar, com a medalha de prata, temos a "telepatia" que é basicamente a certeza de que eu sei o que todos ao meu redor estão pensando (é claro que eu sei!) e finalizando o pódio, a ilustre presença da "mania de perseguição" que quer dizer que você considera que tudo, absolutamente tudo, é pessoal e uma mensagem para você.

chegando depois para fechar a festa, temos ainda: a) mania de comparação (auto-explicativa, né? e sempre desleal) b) pensamento condicional "e se...?" (quer dizer, e se alguém ler esse post e me achar estúpida? e se ninguém mais quiser falar comigo? e se me acharem dramática? e se ninguém ler?) c) o vício do "sim, mas..." (é verdade, eu tirei nota boa na prova mas o professor fez uma prova muito fácil / é verdade, eu tirei nota boa na prova mas todo mundo tirou também / é verdade, eu sou muito amiga mas também sou muito centralizadora) e d)levar críticas muito a sério (não diga)

enfim, como diria peu "that's what you missed on funcionamento da minha mente medíocre durante uma vida toda"

não perca a semana que vem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário