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terça-feira, 10 de agosto de 2010

etmologia das palavras

Eu sou uma pessoa que acredita que a etmologia das palavras já desvenda um pouco de seus mistérios porque norteia as suas relações e as suas origens, como um GPS que diz onde elas estiveram antes de estar em nosso texto. E ainda, se analisarmos friamente, de uma mesma palavra podem nascer outras tantas palavras...
Esse comecinho de semestre eu estou até dada a estudar e foi num desses estudos noturnos de psicopatologia que eu me deparei com um texto do Paulo Ceccarelli explicando a formação do termo "psico-pato-logia". Olha que coisa linda que ele escreve logo no primeiro parágrafo do texto:

"A palavra "Psico-pato-logia" é composta de três palavras gregas: "psychê", que produziu "psique", "psiquismo", "psíquico", "alma"; "pathos", que resultou em "paixão", "excesso", "passagem", "passividade", "sofrimento", "assujeitamento", "patológico" e "logos", que resultou em "lógica", "discurso", "narrativa", "conhecimento". Psico-pato-logia seria, então, um discurso, um saber, (logos) sobre a paixão, (pathos) da mente, da alma (psiquê). Ou seja, um discurso representativo a respeito do pathos psíquico; um discurso sobre o sofrimento psíquico1 sobre o padecer psíquico. A psychê é alada; mas a direção que ela toma lhe é dada pelo pathos, pelas paixões."


Agora vem a minha cota de viagem do dia: sabe quando seus amigos ficam apaixonados e você diz que eles estão exagerando, que aquilo está excessivo, que eles precisam ter uma postura mais acertiva ao invés de serem tão passivos do que o parceiro diz, que eles precisam parar de se asujeitar? sabe quando vê que eles estão sofrendo, que aquilo está patológico? pois é, você não foi o primeiro que notou esse tipo de ligação porque não é possível que seja a toa que todas essas impressões derivem da mesma palavra.

Não é a toa também que a gente fica estudando como as paixões afetam a lógica da nossa alma/mente. Tem coisa que afete mais a vida da gente do que nossas paixões?
É que nem quando em "O segredo dos seus olhos" o Sandoval, no bar, explica pro Benjamím que as pessoas podem mudar tudo, de aparência, de vida, de casa, de gostos mas que ninguém abandona suas paixões.

Não é lindo?

2 comentários:

  1. ah, quando peguei essa matéria nossa única referência era dalgalarrondo - figura que me desperta uma intensa antipatia. sortudona você!

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