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quinta-feira, 10 de junho de 2010

As coisas que perdi.

"De repente a gente vê que perdeu ou está perdendo alguma coisa, morna e ingênua que vai ficando pelo caminho..."



Concordo com a paródia que eu mesma faço daquela música do Pato Fu: as coisas que ganhei, nem um troféu como lembrança pra casa eu levei. As coisas que eu perdi, essas sim, eu nunca esqueci.

Essa semana, enquanto eu me abraço nas perdas que estão acontecendo, olho pra frente resignada por me conhecer e saber que eu sou do tipo que não volta atrás, questiono o sentido das frases ditas, das verdades que viraram mentiras e dos corredores da história, comecei a elaborar um luto gigante de todas as perdas que perdi até hoje e nunca esqueci.

Desde o primeiro menino que gostei na segunda série até a última ilusão que tive sobre alguém, estou chorando tudo que perdi esses dias. Peguei perda por perda, fiz nós bem fortes, amarrei uma corda-de-perdas e fiz o caminho inverso dos fugitivos: escalei minhas perdas pra me prender na torre com elas.

De cá do meu calabouço masoquista, só consigo ouvir essa música aqui, chorar e pensar no quanto é foda o quanto isso é verdade na minha vida, sempre.

"E o medo era motivo de choro, desculpa pra um abraço ou um consolo."




"Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com o seu carinho
E lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era ainda criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou consolo

Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei, nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via o infinito
Sem presente, passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim
E que não tem fim

De repente, a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás"


Poema - Cazuza, Frejat.

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