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segunda-feira, 14 de junho de 2010

meu coração parece que perde um pedaço, mas não.



Estou lendo o livro "Chico Buarque - Histórias de canções" e quando me deparei com a letra de "Leve", música que eu adoro e que a revista Bravo! já colocou entre as cem melhores da nossa música popular brasileira em edição especial com o top100, me lembrei do quanto ela tem a ver com esse rolo cotidiano em que me meti: só o amor não serve, ou é um tipo de amor específico ou fica-se sem amor nenhum ; as palavras que foram de verdade se retorcem e diante de algumas atitudes acabam apontando setas para o fato irremediável de que viraram mentiras e, por fim, como é difícil ser gente e saber lidar com o não, a frustração, a perda, o vazio, o ausente que fica. Drummond já disse, num poema lindo e muito bem batizado de Ausência, para não lastimarmos a ausência acreditando que ela seja falta, mas para a abraçarmos percebendo que ela é nossa, mas nem sempre é fácil e para alguns é ainda mais difícil.Já diz a sábia da minha avó " o que não tem remédio, remediado está". O problema é distinguir remédio de veneno - já arrancaram minha cabeça da cortiça.

Enquanto isso, faço dessa pérola que é "Leve", um hino dos meus sentimentos nesse momento. Sinceramente.

Leve, Chico Buarque e Carlinhos Vergueiro.

"Não me leve a mal
Me leve à toa pela última vez
A um quiosque, ao planetário
Ao cais do porto, ao paço

O meu coração, meu coração
Meu coração parece que perde um pedaço, mas não
Me leve a sério
Passou este verão
Outros passarão
Eu passo

Não se atire do terraço, não arranque minha cabeça
Da sua cortiça
Não beba muita cachaça, não se esqueça depressa de mim, sim?
Pense que eu cheguei de leve
Machuquei você de leve
E me retirei com pés de lã
Sei que o seu caminho amanhã
Será um caminho bom
Mas não me leve

Não me leve a mal
Me leve apenas para andar por aí
Na lagoa, no cemitério
Na areia, no mormaço

O meu coração, meu coração
Meu coração parece que perde um pedaço, mas não
Me leve a sério
Passou este verão
Outros passarão
Eu passo

Não se atire do terraço, não arranque minha cabeça
Da sua cortiça
Não beba muita cachaça, não se esqueça depressa de mim, sim?
Pense como eu vim de leve
Machuquei você de leve
E me retirei com pés de lã
Sei que o seu caminho amanhã
Será tudo de bom
Mas não me leve

O meu coração, meu coração
Meu coração parece que perde um pedaço, mas não
Me leve a sério
Passou este verão
Outros passarão
Eu passo"



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