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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Tapando buracos.



As vezes eu tenho certeza de que o meu papel na vida de algumas pessoas é estritamente temporário: sou uma enorme tampa de bueiro que sempre é menor ou maior que o tamanho exato do buraco (que sempre é mais embaixo) e que fica sendo usada de maneira aleatória para preencher a obviedade da lacuna em doses homeopáticas. Uma espécie de "banco de reservas" que é utilizado as terças e quintas em que não há nada para fazer mas que quanto mais esperneia de sua própria condição, mais a escanteio é deixada.

Os sábados são dias de solidão, então.

Um comentário:

  1. "É tudo a mesma coisa. Isolado ou mergulhado numa multidão, no trânsito, no trabalho, a solidão é sempre a mesma, com exceção daquelas poucas, raras pessoas em cuja a presença a solidão some, mesmo que não seja o tempo todo."
    Esse trecho é do livro Até o Dia em que o Cão Morreu, de Daniel Galera, pela Companhhia das Letras.
    Li essa semana ainda e fiquei meio pensando nessas ideias. Essa coisa da solidão e de "tampas", seja de bueiros ou panelas, que no fim é só um desejo de saber que se cabe em um lugar, que se tem um papel definido dentro do grande jogo. Eu acho que todos somos "temporários", a diferença é que uns sentem mais essa condição do que outros. Esse tipo de "temporário" acorda sábado pela manhã e pode seguir pra qualquer lado, pelo tempo que quiser, sem obrigação de voltar pra casa, sem obrigação com ninguém. É a tal da fascinante liberdade, da disponibilidade pras infinitas possibilidades da vida e tals... mas também é o peso da responsabilidade de ser o único zelador de sua própria sorte.
    Os sábados são os dias de solidão das multidões.

    Legal seu blog.
    Abraços

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